O discurso oficial da nossa direita neoliberal, repetido à exaustão, é menos Estado, menos Estado e menos Estado. Ingênuos dirão que eles querem isso mesmo, apenas menos Estado por acreditarem que apenas a iniciativa privada traz desenvolvimento. Contudo não é bem assim e a intervenção militar no Rio de Janeiro veio para confirmar aquilo que de fato incomoda os nossos neoliberais: um Estado que atenda as demandas populares. Pois, a partir do momento que ele serve para reprimir essas mesmas demandas, ele passará a ser considerado algo bom e necessário. Não por acaso que toda a direita brasileira, inclusive a ultraliberal, está comemorando a intervenção militar no Rio de Janeiro.
Assim fica exposta a real relação entre a direita e o Estado no Brasil. O discurso contra o Estado é blefe, que visa unicamente impossibilitar as políticas sociais e mesmo investimentos essenciais, como na saúde e na educação, a favor da privatização total. A nossa direita não aceita que os mais pobres tenham direitos, defendem o mercado porque sabe que ele atende apenas quem tem dinheiro, logo é excludente. Mas o suposto ódio ao Estado acaba aí. A partir do momento que o Estado defende os interesses de classe dessa direita, suas ações passam a ser defendidas por ela, mesmo que sejam claramente inócuas e politiqueiras, caso da intervenção militar no Rio. O que importa é que os pobres são reprimidos, com a desculpa furada de combate ao crime.
Um Estado truculento contra os mais fracos é o Estado ideal e que deixa feliz essa direita, que topou até ser pato da FIESP para chegarmos nessa situação. Então, nada melhor que usarmos um pato para ilustrar a relação conveniente dessa direita com o Estado. 😉
“Mas por que os editores da Anarcomiguxos não publicaram essa tirinha na própria página?”
Resposta: basta dar uma olhadinha no último quadrinho e lembrar que a page Anarcomiguxos é constantemente denunciada em massa e do puritanismo e moralismo hipócrita do Facebook.