No dia 27/09, o neoliberal Pedro Nery, consultor do Senado e ferrenho defensor da Reforma da Previdência na grande mídia, teve uma atitude desesperada e patética na timeline de Facebook do economista David Deccache. O motivo: Pedro Nery foi desmascarado pelo economista da UNICAMP Pedro Paulo Zahluth Bastos em um artigo da Carta Capital. David compartilhou o artigo e chamou a atenção de Nery sobre a incoerência de defender uma Reforma alegando que se trata de um combate contra desigualdade, quando na real prejudica os mais pobres. Rapidamente Pedro Nery surgiu no post e, em vez de admitir o erro, tergiversou para logo em seguida bloquear o Davi e todos que o questionaram.

No Twitter ele também bloqueia geral.

Pedro Nery jura que a Reforma da Previdência irá combater a desigualdade. Porém, os fatos afirmam o contrário. Pedro Bastos demonstrou isso de maneira indiscutível. A Reforma da Previdência não irá combater desigualdade alguma, mas empobrecer ainda mais os pobres, que terão um desconto maior na aposentadoria por terem menos tempo de contribuição, afinal, é o grupo social mais sujeito à informalidade.
O neoliberal Pedro Nery, assim como Carlos Goés, é um dos que a grande mídia vende como “especialista em desigualdade”. Na verdade, esses “especialistas” trabalham para invisibilizar as desigualdades causadas pelo capital, pelo privado, para dizer que suas causas estão no Estado Malvadão. Mas, ao contrário dos demais neoliberais, que fazem uma campanha de desinformação a favor do capital financeiro na grande mídia, Nery , como consultor no Senado, está em posição de impor a ideologia neoliberal para toda a população brasileira.
Ou seja, apesar de ser um funcionário público, cujo salário está em torno de R$ 30 mil por mês, Pedro Nery não representa os interesses de quem o sustenta ao exercer sua função de consultor do Senado, mas praticamente atua como um lobista a favor do sistema financeiro, o único que sairá ganhando com essa reforma.

Além de trabalhar contra o povo que o paga mais de 30 salários mínimos mensalmente, Pedro Nery também atua contra sua carta magna, dado que a reforma da previdência que ele defende, mesmo sendo desmascarado nesse intento, está repleta de inconstitucionalidades.
A reforma da previdência é inconstitucional por descumprir o artigo 194, parágrafo único, inciso VII, o qual garante a participação popular sobre mudanças na Seguridade Social. É inconstitucional por não mais permitir a aposentadoria por tempo de contribuição, mas apenas por idade mínima, o que prejudicará os mais pobres que vivem em regiões de baixa expectativa de vida, violando o direito à aposentadoria garantido pelo artigo 6º. É inconstitucional quando passa por cima do artigo 203 para impor um valor inferior ao salário mínimo do Benefício da Prestação Continuada (BPC), empobrecendo ainda mais idosos acima de 65 anos que ganham muito pouco ou simplesmente não possuem outra renda.
Ainda: Pedro Nery atua a favor de uma Reforma da Previdência cujas bases já são comprovadamente fraudulentas. Já está escancarado que o governo manipulou grosseiramente as contas da Previdência Social para validar a narrativa do déficit. Os neoliberais defenderem essa reforma na base do terrorismo, como se o país dependesse disso para não quebrar, tentavam calar aqueles que se opunham os chamando de “terraplanistas econômicos”, no entanto, o tão propalado rombo da previdência não passava de uma falsificação!
Tantas inconstitucionalidades embasadas em fraudes denunciam que, na verdade, não se trata de uma reforma, mas uma refundação, em que a previdência social se tornará outra coisa, que mais parece um projeto de destruição em massa, como bem alerta o economista Eduardo Fagnani. É necropolítica pura!
Mas, para Pedro Nery, quem evidencia esse ataque à Previdência Social e denuncia a reforma como instrumento a favor da desigualdade, em um país que já é um dos mais desiguais do mundo, é “lacrador”, como ele se referiu ao Thomas Piketty em um artigo cínico no Estadão.
Sim, é isso mesmo, ele Pedro Nery, uma nulidade nos estudos econômicos, papagaio de cartilha neoliberal e que pede arrego quando questionado, é o entendedor de economia. Já o Piketty, reconhecido mundialmente como um economista que estuda a fundo a desigualdade e que não foge de debate algum, é o “lacrador”.
Como se vê, além de bloquearem quem os questiona ou os pega na mentira, os neoliberais tupiniquins também costumam inverter a realidade e sofrem de superioridade ilusória. É esse tipo de gente que está tocando a economia do Brasil no governo Bolsonaro, ao qual eles juram ser oposição nas redes sociais para enganar os desavisados.
No mais, desde quando neoliberal se preocupa com desigualdade, em ajudar os mais pobres? A quem neoliberais como Nery querem enganar com esse súbito acesso de altruísmo? Propor tributação progressiva e taxar grandes fortunas e heranças, que de fato combateria a desigualdade, nenhum neoliberal quer. 😉